A “Democracia” substituiu a “Ciência” e a “Revolução

Faz parte da forma de agir da esquerda rotular tudo aquilo que é contrário como algo ruim e contra o “interesse coletivo”. Em seu artigo ao Mises Institute o economista e mestre em políticas públicas Ryan McMaken relembrou que nos antigos regimes marxistas, qualquer coisa que desagradasse ao regime era considerada contrária à “revolução”. Por exemplo, na União Soviética, os líderes nacionais falavam regularmente de como a nação estava no processo de “uma transformação revolucionária” em direção a uma futura sociedade comunista idealizada. Muitos anos após a revolução real e o golpe de estado na Rússia após o colapso do governo czarista, a palavra “revolução” tinha “conotações positivas e era considerada uma fonte de legitimidade na ideologia oficial”. E qualquer coisa que fosse considerada “contra-revolucionária” ou “anti-revolucionária” era considerada terrível e uma ameaça à noção confiável e vaga de progresso em direção ao cumprimento da suposta revolução. A imprecisão do termo era, claro, uma vantagem do ponto de vista do regime. Consequentemente, ser um contra-revolucionário não exigia nada mais do que ser culpado de crime de pensamento ao subscrever visões heterodoxas sobre o atual partido no poder.

O mesmo ocorreu ressentimento em relação a pandemia do Coronavírus na qual todos que questionavam ou tinha dúvidas das ações tomadas era logo taxado de “anti-ciência” ou simplesmente negacionista. Assim, ser anti-ciência era simplesmente se opor a salvar vida e ser considerado por muitos um genocida, independentemente de suas reais visões ideológicas. É por isso que o próprio Conselho de Federal de Medicina foi considerado como negacionista por expressar apoio a autonomia médica em relação a uma doença que ainda hoje não tem um protocolo definido de forma científica

Após as eleições presidencial um novo termo é usado novamente pela esquerda para desqualificar os questionadores - a palavra “democracia”. O presidente Tribunal Superior Eleitoral age contra a Constituição para defender a “democracia”. Muitos se posicionaram contra a reeleição do presidente Jair Bolsonaro, ou o apoio a qualquer outro candidato, pois se não fosse um senhor de 77 anos, condenado em 4 estancias e por mais de 20 juízes por corrupção a “democracia” seria supostamente abolida se ele não fosse vitorioso.

Com a vitória do descondenado somadas as manifestações populares que questionam a lisura do processo eleitoral a palavra “democracia” se tornou uma espécie de mantra entre os políticos de esquerda e seus aliados da mídia. Um comentarista da GloboNews chegou ao absurdo de afirmar que a reação do Mercado Financeiro, as ameaças do fazendeiro de Atibaia em acabar com a responsabilidade fiscal do país, era nada mais nada menos de um grupo fascista antidemocrático bolsonarista querendo tumultuar o próximo governo. Podemos citar como exemplo as chamadas de notícias em relação as manifestações populares:

· “Entenda o que pode caracterizar crime em atos antidemocráticos diante de quarteis” (Jornal Folha de São Paulo)

· “Inquérito sobre atos antidemocráticos indica rachadinha e tráfico de influência” (CNN Brasil);

· “Veja 5 imagens que expõem fracasso do movimento golpista dos bolsonaristas” (Site UOL);

· “Exército pede ajuda para desmobilizar golpistas” (Revista Veja);

Então, por que tantos indivíduos estão supostamente tentando trocar a democracia por uma ditadura militar”? A resposta provavelmente está no fato de que estes que estão se manifestando pacificamente estão enxergando o óbvio: a única coisa realmente em perigo é a versão de democracia da Esquerda, que é um modelo de vale tudo incluindo censura desenfreada para vencer as eleições, uma vez que eleição não se vence, se toma – algo dito por um grande democrata. Além disso, o campo da “pró-democracia” quer regulamentações da mídia e da “liberdade de expressão” impostas pelo governo federal.

Qualquer tentativa de questionar o processo eleitoral – como exigir uma explicação do TSE em relação as denúncias feitas são denominadas como “antidemocrática”. De fato, nada mostra isso melhor do que os bloqueios de perfis nas redes sociais pelo TSE. Ironicamente, por essa forma de pensar, ser “pro- democracia” e não se importar se a ação do TSE é constitucional ou não. Assim, assim como os termos “revolucionário” e “ciência” foram no passado, os termos “democrático” e “democracia” no Brasil hoje deixam de ter qualquer significado e realmente significam apenas “aquele que não concorda comigo”.

Afinal, a maioria das pessoas razoáveis ​​concluiria que as instituições democráticas existem sempre que há eleições regulares e sufrágio universal geral para os cidadãos. Este é claramente o caso em todos os estados da união. Além disso, a esmagadora maioria dos países que a esquerda chama de “democracias” como China, Cuba e Venezuela são radicalmente contra qualquer traço democrático.

Os detalhes reais do que significa ser pró-democrático ou antidemocrático na verdade não importam quando se trata de discurso político. A palavra “democrático” é um termo emocionalmente carregado e essencialmente um código para “politicamente legítimo”. Tudo o que realmente importa é chamar seus aliados de “democráticos” e denunciar o outro lado como “antidemocrático”. Na América de hoje, ser rotulado como “democrático” significa que se tem a aprovação do regime dominante. Aqueles que são rotulados como “antidemocráticos” são aqueles que, como os “negacionistas”, foram considerados – com ou sem razão – ameaças ao status quo.