SAMUEL EDWARD KONKIN III:

O MAIOR ANARQUISTA DA HISTÓRIA

SAMUEL EDWARD KONKIN III: O MAIOR ANARQUISTA DA HISTÓRIA

Este título não é um mero “click bait” e sim uma afirmação de outro anarquista. Sei que os discípulos do lendário Rothbard; dos russos Kropotikin e Bakunin, além do grande Proudhon, ficarão com raiva, mas paciência.

Um grande ponto levantado por Konkin é incentivar os indiviuos buscarem sua secessão em relação ao Estado não por meio revolucionário e muito menos por movimento de massa. O Agorismo (filosofia libertária defendida criada por Konkin) enfatiza a importância de construir a “contra‐economia”. Isto é, os indivíduos deveriam viver fora das restrições legais da estrutura dominante caracterizada pela intervenção e coerção do estado.

Konkin sabiamente acreditava que ao se tornarem politicamente engajados, os libertários entrariam em contradição. Essa contradição seria a ilusão de que, bastasse eleger a pessoa certa ou aprovarmos a lei certa, a queda do estado poderia ocorrer como um passe de mágica.

Neste sentido, as instituições estatais são imutavelmente corruptas e coercitivas. Portanto, sendo impossível alcançar o fim do estado por meios estatistas, especialmente por meio dos partidos políticos.

Konkin também defendia que os meios e fins libertários são conceitualmente inseparáveis. Portanto para alcançar a liberdade o indivíduo seria por meio de suas ações praticadas no tempo presente, sem ficar preso ao passado ou pensando nas consequências para o futuro.

Tal posicionamento apartidário de Konkin o aproxima bastante do pai do anarquismo moderno o francês Proudhon que se convenceu de que o estado não poderia ser derrotado internamente. Mas que deveria ser substituído gradualmente através da ação econômica e social.

Assim como Proudhon, Konkin cria que a ação econômica orgânica e horizontal, dirigida por criadores e produtores a partir do zero, seria a única forma de substituir o estado (cada vez mais atrófico) por redes de indivíduos que cooperam e negociam voluntariamente.

Já o pai do anarcocapitalismo o brilhante Murray Rothbard argumentava que Konkin falhou em mostrar a adequação da contra-economia como uma forma de confrontar “as características desagradáveis do mundo real”. Para Rothbard, era necessária na luta pela liberdade e contra o estado, a revogação de legislações injustas e restritivas.

Outro grande acerto de Konkin é sua teoria única de classes. No qual o estado é o principal meio pelo qual as pessoas vivem da pilhagem; O mercado, em contraposição, é o somatório da produtividade das ações humanas. O estado, por sua existência, divide a sociedade em duas classes: a classe saqueada e a classe saqueadora.

Sendo assim, o estado moderno foi criado e tem sido dirigido, historicamente, por aqueles que mais ganham com sua existência – os saqueadores denominados como: – a “classe superior”, Classe dominante, Altos Círculos, Círculos Superiores ou “Conspiração”.

Os Círculos Superiores, portanto, lutarão para manter seu status privilegiado, e o fazem, contra os libertários que buscam sua derrubada e a restituição de sua pilhagem àqueles de quem foi tirada. Neste sentido os políticos operam como “gladiadores” na, apropriadamente denominada, Arena Política, para estabelecer disputas entre os Círculos Superiores (que não são monolíticos). E é no campo do adversário que os rothbardianos acreditam que conseguirão entrar, não se corromper e ainda sairão vencedores ...

Mas o que dizer da “classe média” neste espectro? Ou daqueles que mesclam, em suas rendas, comissões de alguns atos contra-econômicos com alguns atos estatistas, tendo então, como resultado para suas vidas, a cor cinza? Para os estatistas, eles (a classe média) são as vítimas, os rebanhos de gado a serem abatidos e as ovelhas a serem desmembradas. Para os agoristas, eles são o mercado externo, que pode receber quase tudo no comércio – menos confiança.

Outro ponto negativo do pensamento de Rothbard é a defesa da Cadre (o partido) com intuído de organizar a massa para o movimento de aniquilação do estado. Tal posicionamento foi comprovado ineficaz pela vitória dos bolcheviques, liderados por Vladimir Lenin, na Revolução Russa e a instalação da “ditadura do proletariado”, como sugeria a teoria marxista.

O resultado da revolução foi a implantação de um “capitalismo de Estado” (termo defendido pela anarquista Emma Goldman), de cunho autoritário, produtivista e com base em uma grande expropriação dos trabalhadores em nome do desenvolvimento coletivo do país, para se rivalizar com as potências ocidentais. As liberdades individuais foram sacrificadas em nome dos “direitos” econômicos e sociais.

Evidentemente, esta revolução puramente estatista e totalitária (pior que os Czares) era essencialmente a ditadura do Partido Comunista que aproveitou o vácuo deixado pela queda dos Czares e da igreja prontamente assumiu o lugar de ambos. E tal situação certamente ocorrerá quando a Cadre conseguir derrubar o atual status quo e assumir as rédeas da sociedade de leis privadas por meio da política.

Em oposição, Konkin defendeu a autogestão, a organização de maneira independente e totalmente antagônica ao poder estatal. O agorismo busca a liberdade em sua integralidade, significando a ruptura total com todas as formas de autoritarismo e respeitando a soberania da consciência e da razão de cada indivíduo como norteadoras de seus atos, além da organização individual superior à da vida social.

Então por defender o indivíduo no tempo presente, Konkin de forma certeira cria que cada pessoa deveria buscar se libertar do estado, sem grandes revoltas ou mártires, migrando do mercado regulado estatal para contra-economia agorista.

Por sua simplicidade e coerência Konkin (que infelizmente morreu cedo e nos deixou com sua produção cientifica inacabada) é o maior de todos anarquistas, superando os mestres Proudhon e Rothbard.