O Ônibus Não É Problema, É Ativo Político: A Lição de Sucesso em Goiás

Acabo de ler o artigo "Lá fora, o ônibus ganha eleição. Aqui, ainda é tratado como problema" e a tese central é irrefutável: em metrópoles globais como Nova York, a priorização do transporte público — com propostas como Tarifa Zero e corredores exclusivos — deixou de ser uma questão técnica e virou uma bandeira de justiça social e vitória eleitoral.

A premissa do artigo é que no Brasil, infelizmente, o ônibus ainda está no imaginário popular e político como um custo, um problema a ser gerenciado. No entanto, o que presenciamos em Goiás nos últimos anos sob a gestão do Governador Ronaldo Caiado e a execução estratégica do Secretário Geral de Governo, Adriano da Rocha Lima, é a prova de que essa narrativa pode e deve ser invertida.

Em Goiás, o transporte público da Região Metropolitana de Goiânia (RMG) deixou de ser um passivo para se tornar um poderoso elemento político e um grande cabo eleitoral para 2026.

A Transformação Política: De Custo a Capital

A prova de que a política de mobilidade do Governo de Goiás funciona nas urnas está no último pleito municipal. Ao avaliarmos os resultados, notamos que todos os prefeitos eleitos nos 21 municípios da Região Metropolitana de Goiânia (RMG) foram da base do Governador. Esta não é uma coincidência; é um reflexo direto de que a transformação no transporte impactou positivamente o cotidiano dos cidadãos.

A estabilidade e a melhoria do sistema se converteram em confiança política. O eleitor não vota em promessa, vota em resultado. E o resultado em Goiás é tangível: o transporte coletivo é um ativo que consolida alianças e fideliza o eleitorado, pavimentando o caminho para o sucesso em 2026.

O Modelo Nova RMTC: Investimento e Estabilidade Tarifária

O sucesso político é fundamentado em duas ações de gestão ousadas e estratégicas no âmbito do programa Nova RMTC:

1. Congelamento da Tarifa: Desde 2019, em um cenário de inflação crescente e alta dos combustíveis que pressiona as tarifas em todo o país, o Governo de Goiás tomou a decisão de congelar o valor da passagem em R$4,30. Esta política arrojada de subsídio direto ao usuário final é, acima de tudo, uma política social e de dignidade, protegendo a renda da população mais vulnerável e demonstrando compromisso real.

2. Investimentos Massivos: O congelamento da tarifa não significou sucateamento. Pelo contrário, o período foi marcado por massivos investimentos na melhoria da infraestrutura (novos terminais, pontos de embarque e faixas exclusivas) e, notadamente, na renovação da frota. Ônibus novos trazem conforto, segurança e, o mais importante, confiabilidade ao sistema.

Ao garantir estabilidade no preço e, simultaneamente, investir na qualidade do serviço, Goiás desfaz o ciclo vicioso de aumento de tarifa + queda de passageiros.

A lição de Goiás é clara: o transporte público só é um "problema" quando é tratado com descaso ou apenas como uma equação de custos. Quando encarado como um direito e uma alavanca de desenvolvimento social e econômico, e quando há coragem política para investir recursos e congelar a tarifa, ele se transforma em uma das ferramentas mais eficazes para o bom governo e, consequentemente, em um poderoso ativo eleitoral.

Que o modelo goiano sirva de inspiração para outros gestores no Brasil.