A Responsabilidade Humana 

A Responsabilidade Humana

Neste texto, iremos dedicar a nossa atenção à doutrina do "livre-arbítrio". É notório o fato de que essa doutrina permeia a maioria dos púlpitos, sendo propagada como a manifestação da vontade humana diante do Espírito Santo. E que nos dias atuais é considerado vergonhoso, e até mesmo desagradável, expressar a descrença no livre-arbítrio da vontade humana. Como podemos perceber segundo as palavras do apóstolo Paulo em Romanos 9.16: "...não depende de quem quer... mas de usar Deus a sua misericórdia...". E as palavras do Senhor Jesus em João 5.40: "...não quereis vir a mim para terdes vida...".

Assim podemos destacar que a distinção entre aqueles que são convertidos e os que resistem repousa na rendição dos primeiros ao Espírito Santo, enquanto os não-convertidos persistem em sua resistência. Contudo, a fim de evitar qualquer sombra de orgulho, devemos recordar de Efésios 2.8: "...isto não vem de vós, é dom de Deus...".

Quanto a natureza e a escravidão da vontade humana, pode-se ressaltar que o pecado é, de fato, livre, mas unicamente em uma direção: a de cair e pecar. Em Romanos 6:20 temos que o pecador é livre para agir como deseja, "mas o seu prazer é cair no pecado". Quanto à incapacidade da Vontade Humana, infelizmente, um morto nada pode fazer, e, por natureza, os homens estão mortos nos delitos e pecado (Ef 2.1). 

Então, por que pregar o evangelho se os homens não possuem a capacidade de responder favoravelmente? A resposta é simples: a pregação do evangelho é um fruto divino, independente da capacidade do homem, e deve será colhido com zelo e obediência.

A ORAÇÃO

Primeiramente, gostaria de começar esta reflexão questionando a ideia moderna de que o homem pode mudar seu destino apenas pela sua vontade por meio da oração (pratica comum daqueles que acreditam na Teologia da Prosperidade).

Entendemos que, os benefícios da oração são grandiosos, destacando que aqueles que oram experimentam uma realidade mais profunda de Deus. Se alguém negligenciar a oração, perderá a comunhão com Deus e tudo o que ela envolve. Deus, que conhece o fim desde o princípio, não muda Seus propósitos por causa das nossas orações, pois isso questionaria Sua bondade e negaria Sua eterna sabedoria.

Devemos enfatizar que Deus nos ordenou a orar para honrá-Lo, adorá-Lo, promover Sua glória, receber bênçãos espirituais e buscar Nele o que precisamos. E que as orações, são instrumentos pelos quais Deus cumpre Seus decretos.

Neste sentido, percebe-se que a oração não apenas como um ato, mas como uma atitude, uma postura de dependência de Deus. É o reconhecimento da nossa fraqueza e incapacidade, o reconhecimento das nossas necessidades expressas diante de Deus. A oração é o meio pelo qual submetemos nossa vontade à vontade de Deus, revelando uma grandiosidade divina que transcende a compreensão humana. Versículos como Jeremias 29:12 ("Então vocês me chamarão, virão orar a mim, e eu os ouvirei") e Filipenses 4:6 ("Não andem ansiosos por coisa alguma; antes, orem sobre tudo") complementam essa visão da oração como um meio sublime de comunhão e dependência de Deus.

A escolha que todos nós enfrentamos

A grandiosidade de Deus é algo esmagador, capaz de nos deixar maravilhados. Diante dessa verdade, enfrentamos uma escolha crucial: rendemo-nos diante do poder e graça divinos, curvando-nos com alegre submissão à Sua soberania absoluta, ou resistimos e endurecemos nosso coração?

Nossa única esperança de vida na morte, respostas às orações, sucesso no evangelismo e sentido no sofrimento reside na soberania de Deus. Podemos encontrar apoio nessa verdade nas Escrituras, como em Jeremias 29:11, que nos lembra do plano de Deus para nós: "Porque sou eu que conheço os planos que tenho para vocês, diz o Senhor, planos de fazê-los prosperar e não de causar dano, planos de dar a vocês esperança e um futuro."

A questão crucial é se reconhecemos que não há esperança melhor do que confiar na soberania divina. Devemos compreender que, embora tenhamos uma vontade dada por Deus, a forma como a usamos tem implicações eternas. Como diz em Provérbios 3:5-6, "Confie no Senhor de todo o seu coração e não se apoie em seu próprio entendimento; reconheça o Senhor em todos os seus caminhos, e ele endireitará as suas veredas."

É importante destacar que a soberania de Deus não anula a responsabilidade moral que temos de seguir Suas ordenanças. Ele nos deu o livre arbítrio, e nossa escolha faz diferença na eternidade. Ao compreendermos a soberania divina sobre os eventos naturais e as escolhas humanas, encontramos uma base sólida para confiar em Deus, como expresso em Provérbios 16:9: "Em seu coração o homem planeja o seu caminho, mas o Senhor determina os seus passos."

Assim, ao nos maravilharmos com a grandiosidade de Deus, somos desafiados a escolher a esperança que só Sua soberania pode oferecer.

Portanto, quando olhamos do mundo natural para as ações humanas, a grandiosidade de Deus se destaca. Nas eleições políticas, embora votemos, Deus é supremo, como afirmam as Escrituras: "É ele quem muda o tempo e as estações, remove reis e estabelece reis… o Altíssimo tem domínio sobre o reino dos homens" (Daniel 2.21, 4.17).

Independentemente do próximo presidente, ele não será soberano, mas governado por Deus. Devemos orar para que reconheça isso, pois, como nos lembra Provérbios 21.1: "Como ribeiros de águas assim é o coração do rei na mão do SENHOR; este, segundo o seu querer, o inclina".

Quando o presidente lida com assuntos estrangeiros, Deus é decisivo: "O SENHOR frustra os desígnios das nações e anula os intentos dos povos" (Salmo 33.10). Mesmo no pior pecado, como o assassinato de Jesus, Deus estava no controle, cumprindo Seu plano: "O que quer que a tua mão e o teu plano tivessem predestinado a acontecer" (Atos 4.27-28).

Nossa salvação, assegurada no Calvário, é um milagre pela soberana mão de Deus. Se somos crentes em Jesus, isso não é motivo para vanglória, pois, como Efésios 2.8-9 declara: "Pela graça sois salvos, mediante a fé; e isto não vem de vós; é dom de Deus; não de obras, para que ninguém se glorie".

Mesmo diante de tragédias, se amamos a Cristo, podemos entender como José em Gênesis 50.20: "Na verdade, intentastes o mal contra mim; porém Deus o tornou em bem". Concluímos com a verdade de Efésios 1.11: "[Deus] faz todas as coisas conforme o conselho da sua vontade", desde eventos cotidianos até a eleição de presidentes, a morte de Jesus e o dom da salvação.