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O Brasil em breve irá às urnas em uma das eleições mais disputadas da história. O período de propagandas eleitorais está em pleno andamento, mas muitos ainda não sabem se devem votar e mais do que isto em quem votar.
E mais... os cristãos têm uma obrigação moral ou bíblica de participar do governo? Existe uma maneira distintamente cristã de se envolver no processo político? Os cristãos têm o dever de votar e, em caso afirmativo, que princípios devem informá-los ao votarem?
“As Escrituras não defendem a retirada total do processo político nem o superinvestimento nele.” Alguns dizem que os cristãos devem ser cautelosos ao se associarem muito de perto com candidatos ou partidos políticos, porque corre o risco de confundir a responsabilidade da igreja com a do estado. Eles perguntam: Se Deus é soberano e controla o coração do rei (Provérbios 21:1), por que arriscar comprometer nosso testemunho do Evangelho ao se envolver em algo tão vil como um processo eleitoral? Outros sustentam que os cristãos devem estar fortemente envolvidos com políticos e política partidária. Eles dizem que porque a política é tão importante, vale a pena investir recursos significativos para educar e mobilizar a congregação para a atividade política.
Antes de qualquer decisão nunca podemos esquecer que Deus é soberano sobre todos (Salmo 115:3, 135:6; Isaías 46:8-11, Efésios 1:11), incluindo nações (Atos 17:26) e aqueles que lideram as nações (Provérbios 21:1, Daniel 2:20-21, 4:32, 35). Ele é o Deus eterno (Salmo 90:2, 93:2), imutável por toda a eternidade (Malaquias 3:6, Hebreus 13:8). Essas coisas não mudam, independentemente do resultado da eleição. Devemos lembrar que a soberania de Deus não é diminuída nem exaltada com base nos resultados das eleições.
Deus se preocupa com tudo o que afeta nossas vidas – incluindo quem serão nossos líderes e como nossa sociedade será governada. Essa é uma razão pela qual Ele nos ordenou a orar por nosso governo e seus líderes. Ele teria dito para fazer isso se Ele não se importasse com um bom governo? Claro que não. A Bíblia diz para orar sem cessar.
O PODER DA ORAÇÃO
“Peço que súplicas, orações, intercessões e ações de graças sejam feitas por todas as pessoas, pelos reis e todos os que estão em posições altas, para que possamos levar uma vida pacífica e tranquila, piedosa e digna em todos os sentidos. Isso é bom e agradável diante de Deus, nosso Salvador, que deseja que todos os homens sejam salvos e cheguem ao conhecimento da verdade”. (1 Timóteo 2:1-4).
Ore pelo Brasil, mas principalmente para que nossa nação se volte para Deus e que possamos experimentar um verdadeiro avivamento espiritual. Cada vez mais parece que estamos empurrando o Senhor Jesus Cristo para fora de nossas vidas como nação – e é isto que trará consequências trágicas e não quem vencer no próximo dia 30. Não deixe que isso aconteça com você, certifique-se de seu compromisso com Cristo, e procure segui-Lo todos os dias. O padrão da Bíblia ainda é verdadeiro: “Bem-aventurada a nação cujo Deus é o Senhor” (Salmo 33:12).
NOSSA ESPERANÇA
O próprio Senhor Jesus falou bem sobre a nossa necessidade agora quando disse de Si mesmo em João 12:49: Pois eu não falei por mim mesmo, mas o Pai que me enviou me ordenou o que dizer e como dizer. Neste sentido Tiago fornece instruções sábias que ele provavelmente aprendeu com Senhor Jesus: se algum de vocês carece de sabedoria, você deve pedir a Deus, que dá generosamente a todos sem encontrar falhas, e ela será dada a você. Meus queridos irmãos e irmãs, tomem nota disto: Todos devem ser prontos para ouvir, tardios para falar e tardios para se irar (Tiago 1:5, 19).
Portanto acredito que como cristãos temos esperança e segurança no Nosso Senhor Jesus e em Seu Reino e que nossas vidas foram construídas sobre a Rocha que não pode ser abalada, não importa qual seja a tempestade política, ou quem vença as eleições. Estaremos sempre regozijados na Sua Maravilhosa Paz.
Não sei para que lado você e seus amigos e familiares podem se inclinar em relação à política (Bolsonaro, Lula, nenhum ou libertários). Mas Graças a bondosa providência de Deus, vivemos em uma nação na qual ainda temos a liberdade de nos posicionar durante o período eleitoral. Como cidadãos de um país celestial, entendemos que somos apenas estrangeiros peregrinando nesta terra enquanto estamos no Caminho em direção à cidade celestial, a nova Jerusalém. Por isso, não depositamos nossa esperança em candidatos políticos ou resultados eleitorais.
SOMOS ESTRANGEIROS EM TERRA ESTRANHA
Independentemente de suas convicções políticas ou resultados eleitorais, então, como embaixadores de Cristo, devemos demonstrar a multiforme sabedoria de Deus em nossas vidas unidas como igreja (Efésios 3:10). Ou seja, ao contrário dos incrédulos que fazem ídolos de candidatos políticos e colocam suas esperanças em resultados políticos, não fazemos isso porque há apenas um governante que é digno de nossa lealdade de todo o coração, e seu nome é Jesus. Nós não o elegemos, mas Deus nos escolheu nele para sermos uma nação santa (Efésios 1:3-4; 1 Pedro 2:9). Essa perspectiva bíblica nos capacita a amar uns aos outros e encorajar uns aos outros, vivendo na unidade que o Espírito nos deu em Cristo pela fé no evangelho (Efésios 4:1-6).
Portanto, embora nem todos concordemos com questões ideológicas, políticas ou candidatos específicos, em vez de lutarmos uns contra os outros, lutaremos para manter a unidade cristã. Como fazemos isso? Permaneceremos firmes no evangelho, focaremos na missão que o Senhor nos deu, permaneceremos juntos no que devemos concordar e seremos caridosos uns com os outros nas coisas em que somos livres para discordar.
Neste contexto é provável, dar um voto moralmente justificável tendo motivações imorais. As pessoas que argumentam que há apenas uma escolha para os cristãos fazerem neste ano eleitoral estão colocando uma restrição à consciência cristã que as Escrituras não permitem (Romanos 14:10-23). Desacordos entre cristãos sobre como votar geralmente surgem menos de desacordos sobre princípios e mais de desacordos sobre como avaliamos nossos princípios.
Os cristãos precisam ser pessoas comprometidas em lidar com questões políticas sem permitir que elas nos dividam. A situação normal dos cristãos está à margem da sociedade. Devemos esperar oposição e sofrimento. Raiva, medo e desespero pela perda de uma posição privilegiada não são marcas de pessoas que entendem o que significa seguir a Cristo.
A FALÁCIA ELEITORAL
Alguns cristãos também podem querer interpretar os resultados da eleição como um sinal da bênção ou julgamento de Deus sobre uma nação, como vemos em Deuteronômio 11:26-28. Embora isso seja possível, devemos lembrar que o Brasil não está em um relacionamento de aliança com Deus como a nação de Israel. Uma aliança vem com estipulações e obrigações que devem ser cumpridas por ambas as partes, como em um contrato. Se qualquer uma das partes não cumprir sua parte no acordo, as consequências se seguirão. Uma vez que Deus sempre manteve suas promessas, sempre foi Israel quem falhou em suas obrigações e, como resultado, frequentemente sofreu o julgamento de Deus até se arrepender.
Portanto, nossa Esperança e Identidade estão em Cristo. Enquanto nos esforçamos para ser um bom mordomo sobre nossas responsabilidades terrenas devemos lembrar que nossa identidade principal está em Cristo (2 Coríntios 5:17; Gálatas 2:20, 3:26; Colossenses 3:3). Antes de sermos cidadãos da terra, somos cidadãos do céu (Filipenses 3:20).
Isso significa que nossa esperança nunca deve estar vinculada aos resultados das eleições terrenas. Nossa esperança não está em reinos ou governos terrenos, mas nas promessas eternas de Deus (Romanos 8:18-25, Colossenses 1:5, Tito 3:7).
Como Paulo nos lembra: “Se em Cristo temos esperança somente nesta vida, somos os mais dignos de pena de todos” (1 Coríntios 15:19). Se nossa esperança está verdadeiramente depositada em Cristo e em seu reino eterno, então os resultados eleitorais desfavoráveis não devem nos abalar ou nos fazer encolher de medo ou perder a esperança. Fazer isso nos mostraria que nossa esperança estava equivocada. Independentemente dos resultados da eleição, as Escrituras nos chamam a preparar nossas mentes para a ação, ter a mente sóbria e “colocar toda a sua esperança na graciosa salvação que virá a você quando Jesus Cristo for revelado ao mundo”. (1 Pedro 1:13).
Quer gostemos ou não do candidato eleito para o cargo, Deus é soberano. Assim como a vitória do nosso candidato preferido não dá mais glória a Deus, tampouco a vitória do outro candidato a diminui. Podemos nem sempre saber a razão pela qual Deus permite que algumas eleições sejam de um jeito ou de outro, mas sempre podemos estar confiantes em sua bondade, amor e poder. As eleições não mudam as coisas mais importantes para um cristão: nossa eterna segurança, identidade e esperança em Cristo e seu reino.
CONCLUSÃO
Por fim, os resultados da eleição não mudam nosso propósito e missão primários como Igreja. Ainda somos chamados a fazer discípulos e proclamar o evangelho (Mateus 28:18-20). Durante a época das eleições, pode ser fácil esquecer que as necessidades primárias das pessoas são espirituais. Deus nos fez “embaixadores” para trazer um mundo moribundo à reconciliação com Deus por meio de seu Filho, Jesus Cristo (2 Coríntios 5:20). Independentemente dos resultados da eleição, ainda haverá pessoas que precisam ouvir as boas novas de Deus.
Na verdade, acho um erro drástico pensar que as influências mortais de um líder vêm apenas por meio de suas políticas e não também por meio de sua pessoa. Não é desconcertante, então, que tantos cristãos pareçam ter certeza de que estão salvando vidas e liberdades humanas ao tratar como mínimos os efeitos destrutivos do câncer que se espalha pelo pecado da arrogância daqueles ditos “formadores de opinião” na cultura cristã fluída?
A liberdade e a vida são preciosas. Todos nós queremos viver e ser livres para buscar a felicidade. Mas se nossas liberdades, e até mesmo nossas vidas, são ameaçadas ou tomadas, a essência de nossa identidade em Cristo, a certeza de nossa alegria eterna com Cristo e a santidade e amor pelos quais fomos salvos por Cristo – nada disso é perdido com a perda da vida e da liberdade.
Portanto, os cristãos comunicam uma falsidade aos incrédulos quando agimos como se as políticas e leis que protegem a vida e a liberdade fossem mais preciosas do que a verdadeira Fé. A igreja está pagando caro, e continuará pagando, por comunicarmos essa falsidade em cada ano eleitoral.
É desconcertante que os cristãos possam ter tanta certeza de que um dano maior será causado por um mau presidente, ou maus juízes do STF, más leis aprovadas no Senado ou na Câmara e más políticas econômicas do que está sendo causado pela disseminação do câncer pecaminoso da autoexaltação de igrejas ditas cristãs, da jactância e da contenda que infecta cada vez mais o meio “gospel”.
Infelizmente cada vez menos cristãos estão agindo como os crentes de Hebreus 10:34: “Aceitaram com alegria a pilhagem de seus bens, pois sabiam que vocês mesmos possuíam uma propriedade melhor e permanente.” Cristãos que enfrentam ódio, injúria e exclusão por causa de Cristo e ainda “se alegram naquele dia e exultam de alegria, porque eis que [seu] galardão é grande no céu” (Lucas 6:22-23). Hoje muitos querem somente ser aceitos por uma determinada “tribo” ou se encontrar no “lado certo” da história humana.
Que o Senhor Jesus Cristo nos abençoe. Leia a Bíblia.
REFERÊNCIAS
https://www.christiansinpolitics.org.uk/10-reasons-christians-should-vote-in-the-election
https://billygraham.org/story/does-god-care-about-the-presidential-election/
https://nealhardin.com/is-god-sovereign-over-elections/
https://www.christianity.com/bible/bible-verses-about-voting-102
https://www.1517.org/articles/what-is-gods-will-for-the-election
https://www.bbc.com/news/world-latin-america-62929581
https://decisionmagazine.com/politics-how-involved-should-christians-be/
https://www.desiringgod.org/articles/policies-persons-and-paths-to-ruin
https://www.gotquestions.org/elect-of-God.html
Para conhecer mais sobre o Libertarianismo Cristão sugiro os livros:
Faith Seeking Freedom: Libertarian Christian Answers to Tough Questions
Teología Libertaria: La importancia de la fe cristiana en la conformación de occidente
E os sites:
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