AS ESTRATÉGIAS PARA TRANSFORMAÇÃO DA REALIDADE

“No Brasil, até o passado é incerto” - Pedro Malan

“A história é contada pelos vencedores” - George Orwel

A história é sempre escrita pelos vencedores. Quando duas culturas distintas lutam entre si, o perdedor é extinguido, e o vencedor escreve a sua versão história em jornais, músicas, filmes e livros. Tais materiais visam exaltar os feitos dos vencedores e esconder suas falhas, além de menosprezar o inimigo vencido, escondendo seus principais feitos e imputando neles o motivo da sua própria extinção.

Nestas eleições estamos vivenciando algo similar – a esquerda criou uma nova narrativa para transformar fatos concretos em mentiras e a realidade em algo incerto. Mas como este grupo de pessoas consegue fazer uma ilusão digna dos maiores média da história?

1. Capture os intelectuais

Para o neurocientista Steven Pinker os Intelectuais odeiam o desenvolvimento. Não são os frutos do progresso que eles odeiam, veja bem: a maioria dos doutos, críticos e seus leitores usa computador em vez de pena e tinteiro, e prefere submeter-se a uma cirurgia com anestesia em vez de sem. É a ideia de progresso que exaspera a classe loquaz — a crença iluminista de que, entendendo o mundo, podemos melhorar a condição humana. Para expressar seu desdém, eles criaram todo um léxico de injúrias – fascista, negacionista, feminicídio, “lugar de fala”, apropriação cultural – são exemplos desta estratégia.

George Orwell chama de “novilíngua” o vocabulário pelo qual as personagens da história se comunicam. Trata-se de um linguajar todo modulado por palavras que podem e que não podem ser ditas. Foi uma descrição profética acerca do que se tornaria a fala politicamente correta no mundo atual. As palavras, pelo seu uso e por sua sonoridade, evocam uma série de conotações que aprofundam o significado daquilo que está sendo dito.

Censurar expressões é embotar a capacidade expressiva da fala – seria como determinar que, de agora em diante, os quadros só poderão ser pintados numa paleta de cores específica. O problema é agravado quando o politicamente correto, a pretexto de tornar o vocabulário “correto”, retira de circulação certas palavras e as substitui por outras que têm significado completamente distinto. Perguntar “qual é seu sexo?” e “qual é seu gênero?” são coisas bem diferentes. E o fato é que, conforme nos habituamos a falar as coisas de determinada forma, nossa percepção do mundo vai sendo guiada por essas palavras.

Mas não são apenas os que ganham a vida intelectualizando que acham que o mundo vai de mal a pior. São também as pessoas comuns quando entram no modo intelectualoide. Há tempos os psicólogos sabem que as pessoas tendem a ver a própria vida com otimismo: acham que para elas é menor a probabilidade de se tornarem vítimas de um divórcio, uma demissão, um acidente, uma doença ou um crime. Mas mude a pergunta da vida da pessoa para a sua sociedade e ela se transforma em uma grande pessimista, crendo que as instituições estão falidas e que a humanidade está nos levando para um ecoapocalipse iminente

2. Distorça a realidade

Pinker apresenta a natureza do noticiário tende a distorcer a visão de mundo das pessoas devido à falha mental que os psicólogos Amos Tversky e Daniel Kahneman chamam de heurística da disponibilidade: as pessoas estimam a probabilidade de um evento ou a frequência de um tipo de coisa pela facilidade com que esses tipos de caso lhes vêm à mente. Em muitas ocasiões na vida, essa é uma regra prática útil. Eventos frequentes deixam traços de memória mais fortes, por isso lembranças mais fortes geralmente indicam eventos mais corriqueiros: você de fato está pisando em terreno sólido quando supõe que nas cidades os pombos são mais comuns do que cobras, apesar de recorrer às suas memórias de encontros com esses animais, e não a um censo de aves. Contudo, sempre que uma lembrança aparece no alto da lista de resultados do mecanismo de busca da mente por outras razões que não a frequência — porque é recente, vívida, sangrenta, nítida ou perturbadora —, as pessoas superestimarão sua probabilidade no mundo. Se um jornal mostra todas as vezes que uma pessoa comete um homicídio devido ao uso acidental de arma de fogo em casa, e, obviamente, não mostram quantas pessoas possuem armas em casa a várias décadas sem nenhum acidente a sensação que passa ao leitor é que todos aqueles que têm arma em casa sofrerão acidentes fatais. É fácil ver por que a heurística da disponibilidade, insuflada pela política da mídia “Se tem sangue, a notícia é boa”, pode induzir um sentimento de pessimismo quanto ao estado do mundo.

3. Fake News e a necessidade de regulação

No excelente livro 1984 (George Orwell) o trabalho do protagonista - Winston Smith no Ministério da Verdade era criar notícias falsas. Ele se senta em seu cubículo e recebe mensagens que se referem “a artigos ou notícias que por uma razão ou outra se julgou necessário alterar, ou, como dizia a expressão oficial, retificar.

Uma parte fundamental da sociedade distópica de 1984 é o controle do passado alterado pela mídia. Deve-se notar, no entanto, que no livro todo esse processo é controlado e realizado pelo Partido, os líderes totalitários da sociedade. Winston passa seus dias revisando registros antigos e alterando-os de acordo com os caprichos de seus líderes. Orwell explica por que o Partido leva tempo para fazer isso: “Esse processo de alteração contínua foi aplicado não apenas a jornais, mas a livros, periódicos, panfletos, cartazes, folhetos, filmes, trilhas sonoras, desenhos animados, fotografias – a todo tipo de literatura ou documentação que pudesse ter qualquer significado político ou ideológico... Dia a dia e quase minuto a minuto o passado foi atualizado. Desta forma, todas as previsões feitas pelo Partido poderiam ser comprovadas por provas documentais como corretas; nem foi permitido que qualquer notícia, ou qualquer expressão de opinião, que entrasse em conflito com as necessidades do movimento, permanecesse registrada. Toda a história era palimpsesto, raspada e reinscrita exatamente quantas vezes fosse necessário.” Parece familiar?

Algumas notícias falsas existem apenas por serem falsas, mas muitas das notícias, principalmente espalhadas pela “mídia tradicional”, servem a algum propósito ou ideologia. Destina-se a existir como evidência concreta para a ideia de um grupo. Embora 1984 evoque o perigo da presença de notícias falsas, o romance, na verdade, oferece um argumento ainda mais convincente sobre o perigo de considerar tudo como notícias falsas, Winston explica como: “O Partido lhe disse para rejeitar a evidência de seus olhos e ouvidos. Era seu comando final e mais essencial. Seu coração se apertou ao pensar no enorme poder que se punha contra ele, na facilidade com que qualquer intelectual do partido o derrubaria em um debate, nos argumentos sutis que ele não seria capaz de entender, muito menos responder. E ainda assim ele estava certo! Eles estavam errados e ele estava certo. O óbvio, o tolo e o verdadeiro precisavam ser defendidos. E ainda assim ele estava certo! (...) Os eventos passados, se discutidos, não têm existência objetiva, mas sobrevivem apenas em registros escritos e nas memórias humanas. O passado é o que quer que os registros e as memórias concordem. E uma vez que o Partido está no controle total de todos os registros, e no controle igualmente completo das mentes de seus membros, segue-se que o passado é o que o Partido escolher para fazer.”

4. Quando 2+2=5

Todos sabemos que 2+2=4. Isso é conhecido como uma verdade objetiva para nós, baseada em nossa compreensão universalmente aceita do que é a matemática e como ela funciona. Mas em 1984, o Partido ensina às crianças que 2 + 2 na verdade são 5. Este é um exemplo da maneira como o Partido manipula as pessoas em um nível psicológico profundo. O Partido fez esta declaração e outras e faz lavagem cerebral nas pessoas para aceitá-las como verdades objetivas. Ao fazê-lo, o Partido é capaz de manter o controle social total. No Brasil temos descondenados que tiveram seus processos anulados e mesmo assim se declara como inocente – e o judiciários ataca aqueles que dizem que 2+2=4, ou seja, que o ex – presidiário não pode ser chamado de corrupto, ladrão, bandido ou simplesmente condenado.

Vale ressaltar que no livro após Winston ser torturado no Ministério da Verdade, ele entende que a noção de 2+2=5 é um mecanismo de controle universal do Partido. Mas lembre-se de como, no final, ele traça 2+2=5 na poeira de uma mesa. Isso representa que, apesar de todos os seus esforços para resistir à influência do Partido, o Partido ainda acaba quebrando sua alma e controlando sua mente.

Conclusão

Estamos vivendo neste período eleitoral o mais grave e mortal golpe na nossa liberdade. Não estou falando simplesmente da censura, invasões de terras ou o fim da propriedade privada. Assim como descrito no livro 1984 a estratégia é nos roubar a liberdade de pensar.

Temos que fazer tudo que um grupo de intelectuais determina como politicamente correto e tudo que for diferente passa a ser visto como agressão. Temos que acreditar em tudo que a ciência oficial nos afirma (esquecendo que o principal elemento da ciência é a dúvida que tem certezas é a Fé) e tudo que for diferente passa a ser visto como negacionismo. Temos que acreditar naquilo que a mídia oficial nos conta sem buscar uma comprovação e tudo que for diferente passa a ser visto como Fake News. E aquele que acreditar que 2+2=4 é um perigo para sociedade pois dúvida do Partido

“Se a liberdade significa alguma coisa, será sobretudo o direito de dizer às outras pessoas o que elas não querem ouvir.” George Orwell

Escrito por Miguel Angelo Pricinote - Cristão, marido Silvia, pai da Ester, empresário e escritor

Será que você não sabe? Nunca ouviu falar? O Senhor é o Deus eterno, o Criador de toda a terra. Ele não se cansa nem fica exausto; sua sabedoria é insondável. Isaias 40:28